A Quinta de Regaleira é provavelmente o monumento mais místico e curioso de Sintra. Este espaço luxuriante está repleto de simbologia esotérica e alquímica.
Esta quinta foi adquirida por António Augusto Carvalho Monteiro em 1892 que, juntamente com o arquitecto Luigi Manini a idealizou e construiu, estando terminada em 1910.
Carvalho Monteiro pretendeu construir um espaço grandioso, repleto de todos os símbolos que reflectissem os seus interesses e ideologias. Conservador, monárquico e gnóstico, ele pretendeu ressuscitar o passado mais glorioso de Portugal, daí predominar em todos os edifícios o estilo neomanuelino com a sua ligação aos descobrimentos. Esta evocação do passado passa também pela arte gótica e alguns elementos clássicos. Numa explosão de verde emergem estátuas e outras construções cheias de simbolismo esotérico relacionado com a Alquimia, Maçonaria, Templários e Rosa-Cruz.
Quem visita este deslumbrante palácio, deixar-se embalar pela sua história e viaja por um mundo fantástico que, aos poucos, nos faz mergulhar no interior de nós próprios.
O poço iniciático é a construção da minha eleição e deleite. A escadaria é constituída por 9 patamares numa clara referência à Divina Comédia, simbolizando os nove ciclos do inferno, do paraíso e do purgatório. Chegando ao fim do poço encontramos, embutida no chão, uma Rosa dos Ventos feita de mármore e, naquele circulo abrem-se diversos túneis. Estes são labirintos que simbolizam o caminho do iniciado. Aparentemente iguais à partida, eles podem levar à Luz (saída para o jardim) ou às Trevas (galerias sem saída).
A simbologia deste local está também relacionada com a Terra Mãe; aqui a terra toma a forma de útero materno que dá a vida e proporciona as escolhas; mas também acolhe os corpos inertes que vão caindo no chão, transformando-se na sua sepultura.
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